Analistas setoriais e econômicos ouvidos pelo Hoje em Dia entendem que a equação pode não ser tão simples, sobretudo porque o dólar também não para de subir (2%, só ontem), complicando ainda mais o cenário. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), por exemplo, entende que ainda é cedo para determinar o reflexo da baixa de preços internacional no país.
“Geralmente, quando ocorre um evento muito especulativo como este, ou como foi após a morte do general iraniano, este ano, há uma variação muito intensa no momento. Mas a tendência é que, durante a semana, ocorra uma estabilização de preços, em outro patamar”, avalia Milena Mansur, gerente de Inteligência de Mercado da Abicom.
É fato que o preço dos combustíveis no Brasil ainda é bastante dependente do cenário externo, o que deixa o país exposto a movimentos súbitos, como o de ontem. Segundo Milena Mansur, da Abicom, o país vive essa situação porque importa hoje 25% do diesel e de 10% a 15% da gasolina consumidos internamente. Em função disso, ela vê na redução de preços internacionais a oportunidade para o governo criar mecanismos mais eficientes para equilibrar o mercado interno, como um fundo para interromper a volatilidade do combustível a partir do preço do petróleo.
“Essa variabilidade alta é ruim, tanto para cima quanto para baixo, porque acaba eliminando a previsibilidade do setor”.