Governo deixaria de gastar R$ 1,5 bilhão se antecipasse fim da medida, segundo entidade
Por: Maria Cristina Frias
Os preços de venda do diesel em todas as regiões do país estão mais baixos do que o valor internacional de referência, o que permitiria antecipar o fim do subsídio, de acordo com dados da Abicom, associação dos importadores.
O decreto do programa implementado após a paralisação dos caminhoneiros prevê que a subvenção termina no dia 31 de dezembro, mas esse prazo pode ser revisto caso as condições permitam.
Se o governo adiantasse o fim em um mês, deixaria de gastar R$ 1,5 bilhão com pagamentos ao consumo do combustível, segundo Sérgio Araújo, presidente da entidade.
A cotação do dólar e a do barril do petróleo, ambos em queda, aproximaram os valores de referência e comercialização, afirma ele.
“O benefício poderia acabar agora, os consumidores já pagam um preço que não prescinde de subvenção. Os agentes ligados à venda do diesel estavam na expectativa do encerramento.”Os importadores têm receio de uma possível alta abrupta nos preços das bombas nos primeiros meses de 2019.
“Pode ser que no começo do novo governo o dólar e o barril de petróleo não estejam tão baixos, e o programa terá terminado. Seria um início de ano com um aumento grande de preços.”
A Fazenda chegou a criar um escalonamento para o fim do benefício a partir de outubro, mas a Casa Civil considerou que era necessário seguir com os subsídios.
Membros do ministério conversam com a equipe de transição sobre a continuidade até o fim de dezembro ou um término antecipado.
Frutos Iniciais
O programa Nos Conformes, do governo do Estado de São Paulo, deverá incrementar a arrecadação tributária em cerca de 1%, de acordo com o secretário da Fazenda Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho.
A medida muda alguns procedimentos do fisco paulista, e foi um dos últimos atos do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP). O Tesouro estadual recebeu, nos seis primeiros meses, R$ 1,43 bilhão a mais.
O dinheiro veio principalmente de autorregularizações —o fiscal notifica o contribuinte sobre algum problema, mas dá a ele a chance de se corrigir sem abrir uma autuação. “Foram cerca de 1.600 empresas que se enquadraram, e deixamos de fazer esse número de autos de infração.
Isso diminuiu os litígios”, afirma Carvalho. Uma inovação, a classificação de bons e maus contribuintes em notas que vão de A a E, ainda não está plenamente funcional, o que acontecerá em março.
Déficit catalisado
O déficit da balança comercial brasileira no setor químico até outubro ultrapassou o total registrado em 2017, segundo a Abiquim, associação que representa a indústria.
A diferença entre importações e exportações foi de US$ 24,5 bilhões (R$ 94,3 bilhões no câmbio atual) nos dez primeiros meses de 2018, acima dos US$ 23,4 bilhões (R$ 90,1 bilhões) do ano passado como um todo.
“A previsão é que até dezembro tenhamos um déficit de quase US$ 30 bilhões”, afirma Denise Naranjo, diretora da área de comércio exterior na associação.
A estimativa é que em 2019 a balança seja ainda mais desfavorável, segundo Naranjo.
Além do novo governo mostrar um posicionamento favorável à abertura comercial, reduções da alíquota do imposto de importação estão em análise por países-membros do Mercosul.
À espera do consumo
O setor de condomínios logísticos teve uma melhora no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2017, de acordo com a consultoria Colliers International. Um dos principais indicadores do mercado, a absorção líquida (diferença entre as áreas locadas e as devolvidas) teve uma alta de 50%.
A taxa de vacância ficou em 22%, contra 26% em 2017. Se o consumo melhorar, os espaços vazios deverão logo ser ocupados, segundo Marino Mario da Silva, presidente da Retha, uma empresa que faz projetos, gerencia obras e administra galpões.
“A expectativa é que no ano que vem parte dos edifícios vagos sejam preenchidos, e a taxa de ocupação fique entre 85% e 90%. Serão necessários novos empreendimentos em pouco tempo.
”A companhia constrói um galpão de 80 mil m², em Cajamar (SP). Essa é a primeira obra que eles iniciam nos últimos três anos. Desde então, os clientes que apareciam só pediam reformas em prédios que já existiam.
Nova na praça A multinacional de monitoramento de reputações GroupCaliber vai operar também no Brasil, com bases em São Paulo e Rio de Janeiro, a partir de dezembro.
Ceviche A rede Rinconcito Peruano abrirá seus primeiros restaurantes fora de São Paulo em 2019. Serão ao menos três no interior do estado. O aporte chega a R$ 1,5 milhão por loja.